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Ainda não notaste que a minh’alma se arrasta
Minuto por minuto em sua direção
E quanto mais me aproximo você se afasta.
Se eu não me importasse com este sentimento a minh’alma não se arrastaria.
E se ao menos os teus olhares estivessem voltados para eles você não se afastaria.
Ainda não notaste que o meu sangue e as minhas lágrimas
Enchem... Faz transbordar as taças postas sobre a mesa.
Que as puseste e abandonaste ao ouvir minhas palavras
Impregnadas e desejo e delicadeza
Se ao menos os teus ouvidos escutassem a minha doce melodia
O meu sangue e as minhas lágrimas em vão não se derramariam.
Ainda não notaste que os meus lábios ardem desejosos
Das delícias dos teus
Que meus olhos por vida vivem chorosos
O meu peito é nutrido de anseios só meus
E o que me dói mais
É a lembrança dá única vez que me beijaste e não voltaste jamais.
Eu perdi as contas das vezes que lhe disse sim.
Mesmo morrendo de medo de ouvir um não
Entreguei-me a esta obsessão sem querer saber de mim
Fui ferido bem no coração
E desde então a minh’alma cambaleia em cada poesia
E se assim não fosse de pé ela se poria.
Se você viesse ao meu encontro de repente.
A minh’alma não precisaria se arrastar a ti somente.
Se você voltasse para mim ao ouvir o meu canto
Eu não precisaria encher as taças da mesa com meus prantos.
Se o teu beijo matasse o desejo que circunda a minha boca
De tanto gritar a minha voz não estaria rouca
Perdida em tantos gritos vazios
Com tantas ânsias derretendo-se no estio.
Se este corte invisível não me debilitasse
E se você me ouvisse quando a minh’alma gritasse
As pupilas dos meus olhos não estariam cegas
Chorando pelo amor que você me nega.
E hoje com meus olhos cegos
Tenho que digladiar-me numa arena com nossos egos
Não sei se isto é uma ironia do destino ou uma maldade
Só sei a minha boca padece de saudade.
A minh’alma espatifou-se como um caco de vidro
Tentando te ensinar.
As lições de amor escritas no meu livro
Que te fariam aprender a me amar.
Escritor Jailson Santos
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