O regue-raiz me fascina:
Ele injeta o soro da consciência 
Na flagelada e severina vida-correria. 
O regue-raiz anseia
Que a negritude tenha
Audição, compreensão,
Coragem, amor, identidade,
Sede, centelha, seiva, sageza
E sangue quente correndo
Pelas sodomizadas veias
Para lutar contra a sina
De sermos mastros 
Sem direito á soberana bandeira 
Da abolição verdadeira. 
O regue-raiz canta
A dor, a saudade, a teima
De sonharmos com a liberdade contemporânea
Afagando as nossas bochechas,
Têmpera, tez, corpo, a vontade em chamas! 
O regue-raiz, afinal,
Quer que nos tornemos
Submarinos, navios, 
Veleiros e barcos á vela
Quais transformem o mar 
Ressequido do nosso destino
Num dos mais caudalosos
Indômitos oceanos da Terra. 
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA