ALMA VAZIA

Há chuva que canta na vidraça

Por onde lacrimeja preguiçosa,

Há desejos que morrem sem esperança

Na agonia de uma vida silenciosa.

Há ilusões que nascem no viver

De uma alma envolta de amargura,

Há ecos que soam no vazio e sofrer

Mortificados com falta de ternura.

Há vozes que morrem na garganta

Estranguladas por farto pranto,

Há soluços que choram quando se canta

E a guitarra trina com encanto.

Há silêncios que abafamde ansiedade

E repousam na memória escondidos,

Há tristezas desejosas de felicidade

Nos sonhos que jamais foram vividos.