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Cavalgando na saudade,
Esquiando na solidão
Um filho pequeno chama,
Papaizinho do coração.
Não sabe este pupilo inocente
Que num campo de concentração,
Seu papai está sendo torturado e sente
Ao pensar, que nunca mais se verão.
Seu corpo já está retalhado
Por tanta espancação,
O sangue maculando o corpo magro,
Só se enxerga: bota fuzil e canhão.
É grito ordenando matança,
É mão detonando o gatilho
E este homem coitado inocente,
Daria tudo para ver seu filho.
Reza baixinho enquanto apanha.
Pede a Deus, que lhe dê forças,
Que resista e não perca a vida,
Somente vivo, veria seu filho em sonho.
Mas o tempo foi passando,
Com fome, saudade e pancada,
Até que, em certo momento prostrou-se.
E o seu último sonho, não foi concretizado.
Mas, naquele exato momento,
O pupilo chorou e se estremeceu.
Sua mãe assustada pergunta-lhe:
O que foi que aconteceu?
Não sei mamãezinha querida,
Onde o Papai do céu, nos seus braços me levou.
Estive com Ele num lugar esquisito,
E um homem soluçando, chorando e sorrindo:
Abraçou-me, apertou-me e beijou-me.
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